Antonio Ribeiro de Almeida * *
O livro de Richard Wumbrand, Marx & Satan (Diana Books Publishing, 1976) traz revelações sobre a vida e a obra de Karl Marx (1818-1883) que são desconhecidas pela grande maioria dos leitores. Estas revelações mostram claramente que seu pensamento foi inspirado por um ódio radical contra a religião judaico-cristã (o Cristianismo) e contra Deus. Tudo isto é mostrado na vida do criador do Comunismo e nas suas ligações com os seus mestres. Muito antes destas revelações de Wumbrand — um judeu rumeno — o Papa Pio XII havia declarado que Marx era um “dedicado e consagrado satanista".
O satanismo tem várias conceituações como se pode concluir numa rápida pesquisa sobre o tema. Marx, pelo que se sabe, não participava de missas negras e invocações a Satã, e seu trabalho de demolição do Cristianismo se faz na sua obra e nas poesias que escreveu. Numa carta que enviou ao pai escreveu : “Uma cortina caiu. Meu santo dos santos foi partido ao meio. Sou grande como Deus; envolvo-me em trevas como Ele. Perdi o céu, disto estou certo, minha alma, antes fiel a Deus, está marcada para o Inferno.“
A história registra que foi Moses Hess, um conhecido satanista, quem trouxe Marx para uma sociedade secreta, a “Liga do Justo” quando o instruiu nas ideologias coletivistas. Em 1841 Hess escreveu a respeito do seu pupilo : “Dr. Marx é ainda muito jovem, mas é ele que exterminará a religião medieval.“ Esta liga, com a adesão de Marx, foi transformada na “Liga dos Comunistas”, mas foi para a Liga do Justo que ele escreveu o famoso Manifesto Comunista que apareceu no início de 1848.
Bukharin, um dos colaboradores de Marx na Primeira Internacional, era também um fervoroso satanista e escreveu: “Satã é o primeiro pensador livre. Ele livrou Adão e imprimiu nele o selo da liberdade ao levá-lo à desobediência.“ Alguns intelectuais consideram trechos como este e outros semelhantes apenas como uma forma de expressão e fazem uma aproximação de Satã com o Prometeu da mitologia grega que trouxe o fogo do céu para o homem. Para Wurmbrand é discutível se Marx desejava mesmo uma sociedade mais justa e sem classe, ou se ele usou isto como um pretexto para o seu objetivo maior: uma sociedade onde não haveria lugar para Deus.
Na vida particular o pai do comunismo revelou comportamentos que um Nelson Rodrigues qualificaria de um “perfeito canalha”. Nas cartas a Engels a sua preocupação principal era com dinheiro (Engles o sustentava); com as heranças que parentes ricos poderiam deixar e de um tio a quem chama de “cão velho” cuja morte celebra. Engels relata a sua frieza ao receber a notícia da morte da mãe: "Chegou um telegrama há duas horas dizendo que minha mãe morreu. O destino precisou levar um membro da família....pelas circunstâncias sou mais necessário que a velha mulher. Preciso ir a Trier para ver a herança."
A esposa de Marx o deixou duas vezes, pois ele engravidara a empregada de quem teve um filho, e três dos seus filhos legítimos morreram de desnutrição, e um deles devido ao descuido do pai. Marx disse à família que o filho era de Engels, que, por sua vez, no seu leito de morte contou a verdade a uma das filhas de Marx. Nos seus livros, segundo pesquisadores de Cambridge, falseou citações de Adam Smith e de W.E. Gladstone para fundamentar sua doutrina.
Se o Comunismo resultou num tremendo fracasso na União Soviética e até na China, que mudou a doutrina de Marx, ele, do meu ponto de vista, conquistou uma certa intelligentsia nas universidades do mundo ocidental, na América Latina e no mundo árabe que hostilizam o Cristianismo e seguem o que pregava Mikahil Bakunin: “O Supremo Mal é a revolta satânica contra a autoridade divina, e na nossa revolução deveremos acordar o Diabo nas pessoas, estimular nelas as paixões mais vis..." Não é isto que está acontecendo em nosso país ?
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* Artigo publicado no site Ratio Pro Libertas em 29/09/2009.
* * Antonio Ribeiro de Almeida é Doutor em Psicologia Social pela USP, professor aposentado da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, com pós-doutoramento nos EUA.
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